Brasil Marista participa de formação sobre Campanha da Fraternidade 2015
A UMBRASIL promoveu mais uma videoconferência para formação contínua de colaboradores, leigas e leigos do Brasil Marista. Na edição de hoje (6), o diálogo abordou a Campanha da Fraternidade 2015 (CF) e teve como tema “Fraternidade: Igreja e Sociedade”. Foram convidados a tratar do tema: o Secretário Executivo das Campanhas da Fraternidade e Evangelização da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), Pe. Luiz Carlos Dias, e o assessor da área de Vida Consagrada e Laicato da UMBRASIL, professor Ricardo Mariz, com mediação da coordenadora da área de Representação Institucional da UMBRASIL, Leila Paiva.
Pe. Luiz iniciou o diálogo perfazendo o caminho histórico da CF, que nasceu no interior do Rio Grande do Norte no início da década de 1960. Em seguida, adentrou no tema proposto da Fraternidade na relação entre a Igreja e a Sociedade. “O tema da campanha nasceu inspirado pelo Concílio do Vaticano II, com a perspectiva de maior integração da Igreja e da sociedade. Do ponto de vista eclesial, a campanha é muito oportuna para convocar a Igreja ao serviço, retomando a origem intrínseca da missão católica. Atualmente, a Igreja tem que reassumir o protagonismo de diversas causas sociais urgentes com foco na fraternidade e solidariedade, a exemplo do enfrentamento do extermínio dos jovens em situação de vulnerabilidade, do cuidado com os idosos e do fomento de políticas públicas garantidoras de direitos. A sociedade precisa reaprender a dimensão do que é o serviço. Vivemos em uma sociedade individualista. Assim, a grande mensagem da Igreja para a sociedade é o lema: Eu vim para servir”, ponderou.
Na sequência, o professor Ricardo Mariz deu continuidade a explanação do Pe. Luiz, trazendo, como primeiro ponto de provocação, a desvinculação da solidariedade e da política. “A política é o lugar contínuo do serviço orgânico e, assim, da solidariedade e da ação social. É preciso distinguir Estado versus Religião de Política versus Religiosidade. A relação Estado e Igreja tem sua relação marcada pela legislação, de acordo com os limites legais estabelecidos de forma mais clara. A relação da política e religiosidade é mais complexa, com limites mais tênues”, esclareceu.
Outro ponto de discussão proposto foi a divisão do trabalho interno da Igreja, com destaque para o papel do laicato, afirmando que o leigo, no Brasil, tem um problema de identidade, pois precisa retomar seu papel apostólico fora e dentro da Igreja. Por fim, o professor Ricardo Mariz falou sobre o excesso de pautas, de raiva, de consumo da sociedade contemporânea e questionou o papel da Igreja na sociedade dos excessos. “A Igreja e as nossas escolas precisam assumir a missão de ensinar o discernimento e ser espaço de acolhida ao homem perdido nos excessos. A CF gera possibilidades excepcionais para a própria Igreja e para a sociedade se colocarem com espaço de discernimento e promoção do serviço fraterno orgânico consciente”, finalizou Mariz.
Outros destaques do diálogo abrangeram os desafios da Igreja na contemporaneidade: ecumenismo, comunicação e novas formas de evangelização nas redes, racionalidade científica, laicismo e cultura do descarte. Mariz finalizou a mesa reafirmando o propósito e a importância da CF 2015. “É no serviço que está o laço que nos torna sociedade. A ideia do eu vim para servir é primordial para o cristianismo. A Igreja necessita encontrar um meio de ser ponte entre o que é novo e o que é antigo. O novo traz a dimensão da jovialidade, da mudança e a Igreja necessita estar neste espaço, mas não pode perder a o aspecto do antigo, que carrega toda a experiência histórica dela”, finalizou Mariz.