Terceiro dia do Encontro debate os desafios de gerir o mercado e a missão marista
Para Mauri Coelho, assessor do Economato da Província Marista Brasil Centro-Norte, as palestras foram bem produtivas com relação ao contexto e à realidade das Províncias, mas sentiu falta de mais tempo para debates entre elas. Apesar disso, segundo Mauri, esse evento tem evoluído bastante e, sem dúvida, acrescentou muito para os gestores que trabalham atrelados a uma ideologia religiosa. “Somos religiosos e estamos no mercado, cuja dinâmica precisamos entender e acompanhar, contudo, não podemos esquecer do carisma marista, que é nossa missão”, levantou o assessor.
Ir. Luiz Gerhardt, do Distrito da Amazônia (DMA), reforçou a importância desse Encontro que, pela primeira vez, trouxe atrelada fortemente a relação gestão/missão nesses debates. O irmão relembrou ainda que nos encontros de gestão ocorridos anteriormente, a missão marista era levantada timidamente e os gestores falavam mais de números, dados e indicadores. “Achei excelente ver essa mudança de concepção e saber que a gestão marista está tendo mais equilíbrio entre gerir as instituições dentro das necessidades jurídicas e financeiras que o mercado demanda, mas com foco sempre na nobre missão de educar e evangelizar”, comentou Ir. Luiz.
Para o reitor da PUCRS, Ir. Joaquim Clotet, a importância deste Encontro está em debater os processos que envolvem a missão e a gestão do Instituto Marista no Brasil, nos quais o ambiente educacional, suas perspectivas, a educação, as tecnologias da informação, e as boas práticas na educação básica e superior estão na pauta. Também o evento nos deu a oportunidade de emitir o nosso parecer por meio de reflexões, diálogos, e de sugerir iniciativas. “Todos estes processos visam à qualidade da nossa Instituição Marista nos âmbitos da espiritualidade, da educação nos colégios, nas universidades e nas obras sociais, nas áreas da saúde e nos demais empreendimentos, conforme o carisma de Champagnat”, contextualizou Ir. Joaquim.
Ainda pela manhã, oito grupos foram formados para compor os grupos de trabalhos, que discutiram sobre quatro temas: Ambiente Educacional, Regulatório, Tecnológico e Relacional. Dessas reuniões, os grupos levantaram sugestões que foram apresentadas em sessão plenária, a fim de comporem uma carta de recomendação.
Os grupos que participaram do GT Ambiente Educacional trouxeram sugestões para aprimorar a atuação marista na área educacional e outras questões de interesse institucional, tais como: reforçar a identidade marista, respeitar a diversidade, permitir e proporcionar o reforço das entidades representativas, formar colaboradores para o conhecimento da missão, criar fórum para discutir a formulação de políticas públicas, ampliar a capacidade de incidência politica, aumentar os representantes das unidades maristas, fortalecer a UMBRASIL em sua função articuladora, formar pessoas com perfil apartidário para atuar na representação institucional do Brasil Marista e buscar mais proximidade com o setor público, dentre outras recomendações.
Os grupos do GT Ambiente Regulatório acreditam que as unidades devem participar dos embates públicos, que acontecem de tempo em tempo, e enviar para a UMBRASIL, como principal órgão articulador, para propor ações ao Brasil Marista. Como considerações, o grupo entendeu que se o governo cria políticas que deixam as entidades não-governamentais mais restritos, eles também têm receio que elas deixem de fazer nossas ações, por isso as unidades maristas precisam formar pessoal capacitado para representá-las junto ao governo. Outras propostas foram apresentadas pelo outro grupo, tais como: assegurar a participação marista nos espaços de formulação de políticas públicas, por meio do fortalecimento das entidades representativas e construir sinergias de forma articulada com outras instituições, para que haja atuação e incidência marista não só no âmbito do Poder Legislativo, mas também do Executivo e Judiciário.
Os grupos da terceira temática, Ambiente Tecnológico, apresentaram sugestões para adequar tecnologia em sala de aula, principalmente na formação docente e na adequação da escola para introduzir um novo contexto tecnológico, com foco sempre no aluno. A tecnologia tem que nos ajudar a construir essa interação de aprendizagem e o professor deve ser mediador desse processo. Baseado na reflexão do representante da Apple, Zacarias: precisamos desaprender para adaptarmos a esse novo tempo. O grupo sugeriu programas de formação e capacitação continuada para professores, para acompanhar as novas tecnologias.
Os grupos que participaram da temática sobre Ambiente Relacional sugeriram ações para continuar aprimorando as relações entre Províncias, Mantenedoras e a UMBRASIL, tais como: organizar um fórum de diálogo e interação constante entre as unidades, criar diretrizes em conjunto para orientar e executar ações institucionais e criar novas oportunidades para trocar experiência e vivência entre gestores da mantenedora e da mantida. Além disso, a UMBRASIL deve fazer um plano participativo com as Províncias, a fim de alinhar e melhorar os fluxos de informação interna entre elas, além de estabelecer estruturas institucionais que mantenham o diálogo contínuo também com a sociedade em geral. Em síntese, o grupo sugeriu o aperfeiçoamento da comunicação em serviço da missão e um envolvimento maior da UMBRASIL nas ações de interesses comuns do Brasil Marista.
Logo após, os quatro representantes dos grupos de trabalho apresentaram a carta de recomendações , baseada nas sugestões dos Grupos dentro de seus respectivos temas.